De tanto pensar...


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De tanto pensar...
Dal tanto pensare a te...


De tanto pensar, Sem Nome, me veio a ilusão.
A mesma ilusão

De  égua que sorve a água pensando sorver a lua.
De te pensar me deito nas aguadas
E acredito luzir e estar atada
Ao fulgor do costado de um negro cavalo de cem luas.
De te sonhar, Sem Nome, tenho nada
Mas acredito em mim o ouro e o mundo.
De te amar, possuída de ossos e de abismos
Acredito ter carne e vadiar
Arredor dos teus cimos. De nunca te tocar
Tocando os outros
Acredito ter mãos, acredito ter boca
Quando só tenho patas e focinho.
De muito desejar altura e eternidade

Me vem a fantasia de eu Existo e sou.
Quando sou nada: égua fantasmagórica
Sorvendo a lua n’água.
Dal tanto pensare a te, Innominato, m’è sorta l’illusione.
La medesima illusione

Della giumenta che beve l’acqua credendo di bere la luna.
Dal tanto pensare a te mi corico negli abbeveratoi
E immagino di risplendere e d’essere allacciata
Alla fulgida groppa d’un cavallo nero di cento lune.
Dal tanto sognarti, Innominato, di te non ho niente
Ma credo di possedere in me l’oro e il mondo.
Dal tanto amarti, provvista d’ossa e di abissi
Immagino d’aver carne e vagabondare
intorno alle tue cime. Per non toccarti mai
Toccando gli altri
Immagino d’avere mani e d’avere bocca
Mentre non ho che zampe e muso.
Dal tanto anelare altezza ed eternità

Mi metto a fantasticare che Esisto e sono.
Mentre non sono niente: giumenta fantasmagorica
Che sorseggia la luna nell’acqua.
________________

Franz Marc
Dreaming horse (1913)
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