A insalubridade dos pensamentos


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A insalubridade dos pensamentos
L’insalubrità dei pensieri


Antes que numa cidade,
o homem habita
a metrópole do corpo.
Na fronteira da pele,
Há vários tipos de passaporte.
Por mais que se vigie,
deixa os contrabandos do sexo e do amor
burlarem a aduana da vigília.
O outro é um imigrante ilegal,
que finge, tem outra foto no documento,
troca de nome e de carícia,
até se instalar não mais na periferia,
mas na cidadania do coração.
O homem leva seu território
por onde viaja
ou mesmo na dita sua cidade,
mas não pode fugir de si,
logo constrói o muro das lamentações
ou derruba o muro de Berlim
que o oprime e delimita.
As veias e artérias da sua
cidade murada pela pele
permitem que ele se mude
sem se mudar e,
assim, em sua terra de carne,
vai o homem prisioneiro
do seu corpo
como numa cidade medieval,
cheias de becos e ruas sem saída,
cercada pela insalubridade
do triângulo.
Prima che in una città,
l’uomo abita
la metropoli del corpo.
Alla frontiera della pelle,
Vigono vari tipi di passaporto.
Per quanto si controlli,
egli consente che i contrabbandi di sesso e d’amore
eludano la dogana della veglia.
L’altro è un immigrante illegale,
che finge, ha un’altra foto sul documento,
scambia nome ed effusioni,
fino ad installarsi non più in periferia,
ma nella cittadinanza del cuore.
L’uomo porta con sé il proprio territorio
quando si mette in viaggio
o anche restando nella suddetta città,
ma non può fuggire da sé,
presto costruisce il muro del pianto
o abbatte il muro di Berlino
che lo opprime e lo delimita.
Le vene e le arterie della sua
città murata dalla pelle
permettono che egli si sposti
senza spostarsi e,
così, nella sua terra di carne,
va l’uomo prigioniero
del suo corpo
come in una città medievale,
piena di vicoli e strade senza uscita,
circondata dall’insalubrità
del triangolo.
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Nazzareno Rosignoli
Mura di Grosseto (1939)
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