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Viagem nocturna
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Viaggio notturno
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Apanho o comboio da noite. Os comboios
da noite costumam ter grandes compartimentos vazios, bancos onde podemos sonhar, janelas fechadas para o mundo que não se vê. Nesses comboios o tempo passa devagar, como o passageiro que atravessa a carruagem à procura de alguém que perdeu ao longo da sua vida, e poderia estar nalgum sítio, talvez no bar, mas naquela viagem o bar ficou fechado. Vou nesse comboio à espera da primeira luz da madrugada, quando se começa a ver o rio, tento adivinhar em que direcção vão as suas águas e pergunto em que estação nos iremos encontrar, em que horizonte as linhas do comboio se cruzarão com as linhas do destino, e se estarás em frente do degrau por onde irei descer, olhando à volta, à tua procura. E entro em todos os comboios da noite, saio em todos os apeadeiros da madrugada, e conto as constelações que faltam para chegar a esse ponto em que a tua presença deteve o curso do rio, para que nos encontrássemos entre uma estação e um cais, entre uma e outra carruagem do comboio que perdemos. |
Prendo il treno della notte. I treni
della notte solitamente hanno grandi scompartimenti vuoti, sedili sui quali possiamo sognare, finestrini chiusi sul mondo che non si vede. Su questi treni il tempo passa lentamente, come il passeggero che attraversa la carrozza in cerca di qualcuno che ha perduto nel corso della sua vita, e potrebbe trovarsi da qualche parte, magari al bar, ma in quel viaggio il bar era chiuso. Vado su questo treno in attesa delle prime luci dell’alba, quando s’inizia a vedere il fiume, tento d’indovinare in che direzione vanno le sue acque e mi domando in che stazione c’incontreremo, in che orizzonte le rotaie del treno s’incroceranno con le linee del destino, e se tu starai davanti al gradino dal quale io scenderò, guardandomi in giro, in cerca di te. Ed entro in tutti i treni della notte, scendo a tutte le fermate dell’alba, e conto le costellazioni che mancano per arrivare al punto in cui la tua presenza ha trattenuto il corso del fiume, affinché c’incontrassimo tra una stazione e un attracco, tra un vagone e l’altro del treno che abbiamo perso. |
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Edward Hopper Compartment C, Car 293 (1938) |
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