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Chão antigo
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Terra antica
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para o António Manuel Couto Viana
É pena que já não existam esses lugares imundos – puros, quero eu dizer – onde a morte entrava sem ter de pedir licença. Lugares onde eram por igual sinceros o sono, o vómito ou a sombra de um abraço (Mayakovsky e Céline tinham a mesma importância e a sorte de não serem futebolistas). É pena que já não possamos comemorar no chão a derrota do corpo pela manhã. Ao levarem os copos, da última vez, houve duas ou três gerações que se partiram. Talvez eu pertencesse a uma delas – mas isso, ao poema, importa muito pouco. Há um lugar que escreve sobre a ausência de todos os lugares. Tonéis de vários tamanhos onde inscrevi, por distracção, o único nome verdadeiro. Estou a falar, naturalmente, de tabernas. Mas talvez não seja apenas isso. |
per António Manuel Couto Viana
Peccato che ormai non esistano più quei posti immondi – voglio dire puri – in cui la morte poteva entrare senza chiedere il permesso. Posti in cui erano parimente autentici il sonno, il vomito o la parvenza d’un abbraccio (Majakovskij e Céline avevano la stessa rilevanza e la ventura di non essere calciatori). Peccato che ormai non possiamo più celebrare sulla terra la disfatta del corpo, al mattino. L'ultima volta che alzarono i bicchieri, ci furono due o tre generazioni che si sfasciarono. Chissà che non appartenessi a una d’esse – ma alla poesia, questo, poco importa. C'è un posto che descrive l’assenza di tutti i posti. Barili di varia grandezza dove ho inciso, distrattamente, l'unico vero nome. Ovviamente, sto parlando, di taverne. Ma chissà che non sia solo questo. |
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Otto Bachmann Taverna (1975) |
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