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Estudo para um caos
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Studio per un caos
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O último anjo derramou seu cálice no ar.
Os sonhos caem na cabeça do homem,
As crianças são expelidas do ventre materno,
As estrelas se despregam do firmamento.
Uma tocha enorme pega fogo no fogo,
A água dos rios e dos mares jorra cadáveres.
Os vulcões vomitam cometas em furor
E as mil pernas da Grande dançarina
Fazem cair sobre a terra uma chuva de lodo.
Rachou-se o teto do céu em quatro partes:
Instintivamente eu me agarro ao abismo.
Procurei meu rosto, não o achei.
Depois a treva foi ajuntada à própria treva.
Os sonhos caem na cabeça do homem,
As crianças são expelidas do ventre materno,
As estrelas se despregam do firmamento.
Uma tocha enorme pega fogo no fogo,
A água dos rios e dos mares jorra cadáveres.
Os vulcões vomitam cometas em furor
E as mil pernas da Grande dançarina
Fazem cair sobre a terra uma chuva de lodo.
Rachou-se o teto do céu em quatro partes:
Instintivamente eu me agarro ao abismo.
Procurei meu rosto, não o achei.
Depois a treva foi ajuntada à própria treva.
L’ultimo angelo ha rovesciato nell’aria il suo calice.
I sogni cadono sulla testa dell’uomo,
I bimbi vengono espulsi dal ventre materno,
Le stelle si distaccano dal firmamento.
Una torcia enorme prende fuoco nel fuoco,
L’acqua dei fiumi e dei mari riversa cadaveri.
I vulcani vomitano comete in delirio
E le mille gambe della Grande danzatrice
Fanno ricadere sulla terra una pioggia di fango.
S’è squarciato in quattro il tetto del cielo:
Istintivamente io m’aggrappo all’abisso.
Ho cercato il mio volto, non l’ho trovato.
Poi la tenebra s’è ricongiunta alla tenebra.
I sogni cadono sulla testa dell’uomo,
I bimbi vengono espulsi dal ventre materno,
Le stelle si distaccano dal firmamento.
Una torcia enorme prende fuoco nel fuoco,
L’acqua dei fiumi e dei mari riversa cadaveri.
I vulcani vomitano comete in delirio
E le mille gambe della Grande danzatrice
Fanno ricadere sulla terra una pioggia di fango.
S’è squarciato in quattro il tetto del cielo:
Istintivamente io m’aggrappo all’abisso.
Ho cercato il mio volto, non l’ho trovato.
Poi la tenebra s’è ricongiunta alla tenebra.
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Friedrich Dürrenmatt Meteorite nefasta (1980) |
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