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Passeio Alegre - I
(Foz do Douro) |
Passeio Alegre - I
(Foz do Douro) |
para o Eugénio de Andrade
O poeta já não vive na casa que lhe deram. Pelo fim da manhã, as ondas obedecem ao vento escuro de Dezembro. Sabemos que não voltaremos a ver nenhuma destas gaivotas e que todos os rios, mesmo os que não existem, desaguam na morte. E contudo, o amor − esse modo tão simples de chegar a ninguém. O que custa, às vezes, é perder a morada de um afluente do silêncio; já ficou para trás a casa vazia do poeta. Mas quero-te mostrar Miragaia − seguiremos pela ponte de metal, ignorando todos os eléctricos. As aves despedem-se. Nunca fizeram outra coisa. |
per Eugénio de Andrade
Il poeta più non vive nella casa che gli han dato. Nella tarda mattinata, le onde ubbidiscono al cupo vento di Dicembre. Sappiamo che non torneremo a vedere nessuno di questi gabbiani e che tutti i fiumi, anche quelli che non esistono, sfociano nella morte. E tuttavia, l’amore − questo modo così semplice di non arrivare a nessuno. Quel che rincresce, talvolta, è perdere il domicilio d’un affluente del silenzio; ormai è rimasta indietro la casa vuota del poeta. Ma ti voglio mostrare Miragaia − proseguiremo lungo il ponte di metallo, ignorando tutti i tram. Gli uccelli prendono commiato. Non hanno mai fatto altro. |
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Daniela F. Lüers Gabbiano in volo (2014) |
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