Adeus, Amor


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Adeus, Amor
Addio, Amore


O amor disse-me adeus, e eu disse: “Adeus,
Amor! Tu fazes bem: a mocidade
Quer a mocidade.” Os meus amigos
Me felicitam: “Como estás bem conservado!”
Mas eu sei que no Louvre e outros museus, e até
no nosso
Há múmias do velho Egito que estão como eu bem
conservadas.
Sei mais que posso ainda receber e dar carinhos e ternura.
Mas acho isso pouco, e exijo a iluminância, o inesperado,
O trauma, o magma... Adeus, Amor!
Todavia não estou sozinho. Nunca estive. A vida inteira
Vivi em tête-à-tête com uma senhora magra, séria,
Da maior distinção.
E agora até sou seu vizinho.
Tu que me lês adivinhaste ela quem é.
Pois é. Portanto digo: “Adeus, Amor!”
E à venerável minha vizinha:
“Ao teu dispor! Mas olha, vem
Para a nossa entrevista última,
Pela mão da tua divina Senhora
— Nossa Senhora da Boa Morte”.

L’amore m’ha detto addio, e io gli ho detto: “Addio,
Amore! Tu fai bene: la gioventù
Vuole gioventù.” I miei amici
Si complimentano: “Come sei ben conservato!”
Ma io so che al Louvre e in altri musei, e addirittura
nel nostro
Ci sono mummie dell’antico Egitto che sono come me
ben conservate.
So che posso ancora ricevere e dare affetto e tenerezza.
Ma non mi basta, esigo la folgorazione, l’inaspettato,
Il trauma, il magma... Addio, Amore!
Tuttavia non sono solo. Mai lo son stato. La vita intera
L’ho vissuta tête-à-tête con una signora magra, seria,
Della massima distinzione.
E adesso sono addirittura suo vicino.
Tu che mi stai leggendo hai indovinato chi è.
Infatti è lei. Perciò dico: “Addio, Amore!”
E alla mia venerabile vicina:
“A tua disposizione! Ma senti, vieni
Per la nostra ultima intervista,
Per mano della tua divina Signora
— Nostra Signora della Buona Morte”.

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Theodor Baierl
Il cavaliere e la morte (1924)
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