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Mudança de estação
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Cambio di stagione
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para te manteres vivo - todas as manhãs
arrumas a casa sacodes tapetes limpas o pó e
o mesmo fazes com a alma - puxas-lhe brilho
regas o coração e o grande feto verde-granulado
deixas o verão deslizar de mansinho
para o cobre luminoso do outono e
às primeiras chuvadas recomeças a escrever
como se em ti fertilizasses uma terra generosa
cansada de pousio - uma terra
necessitada de águas de sons de afectos para
intensificar o esplendor do teu firmamento
passa um bando de andorinhões rente à janela
sobrevoam o rosto que surge do mar - crepúsculo
donde se soltaram as abelhas incompreensíveis
da memória
luzeiros marinhos sobre a pele - peixes
que se enforcam com a corda de noctilucos
estendida nesta mudança de estação
arrumas a casa sacodes tapetes limpas o pó e
o mesmo fazes com a alma - puxas-lhe brilho
regas o coração e o grande feto verde-granulado
deixas o verão deslizar de mansinho
para o cobre luminoso do outono e
às primeiras chuvadas recomeças a escrever
como se em ti fertilizasses uma terra generosa
cansada de pousio - uma terra
necessitada de águas de sons de afectos para
intensificar o esplendor do teu firmamento
passa um bando de andorinhões rente à janela
sobrevoam o rosto que surge do mar - crepúsculo
donde se soltaram as abelhas incompreensíveis
da memória
luzeiros marinhos sobre a pele - peixes
que se enforcam com a corda de noctilucos
estendida nesta mudança de estação
per mantenerti vivo - ogni mattina
rassetti la casa scuoti i tappeti togli la polvere e
fai lo stesso con l’anima - la passi a lucido
innaffi il cuore e la gran felce verde-granulosa
lasci che l’estate scivoli docilmente
verso il rame luminoso dell’autunno e
ai primi piovaschi ricominci a scrivere
come se fertilizzassi in te una terra generosa
stanca di quiescenza - una terra
carente d’acqua di suoni di affetti per
intensificare lo splendore del tuo firmamento
passa uno stormo di rondini accanto alla finestra
sorvolano il volto che sorge dal mare - crepuscolo
da cui sono sfuggite le api incomprensibili
della memoria
lucciole marine sopra la pelle - pesci
che si strangolano con la corda luminescente
stesa su questo cambio di stagione
rassetti la casa scuoti i tappeti togli la polvere e
fai lo stesso con l’anima - la passi a lucido
innaffi il cuore e la gran felce verde-granulosa
lasci che l’estate scivoli docilmente
verso il rame luminoso dell’autunno e
ai primi piovaschi ricominci a scrivere
come se fertilizzassi in te una terra generosa
stanca di quiescenza - una terra
carente d’acqua di suoni di affetti per
intensificare lo splendore del tuo firmamento
passa uno stormo di rondini accanto alla finestra
sorvolano il volto che sorge dal mare - crepuscolo
da cui sono sfuggite le api incomprensibili
della memoria
lucciole marine sopra la pelle - pesci
che si strangolano con la corda luminescente
stesa su questo cambio di stagione
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Cy Twombly Autunno (1995) |
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