tristão e iseu


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tristão e iseu
tristano e isotta


dantes até me vinham as lágrimas aos olhos
quando ouvia louis armstrong a cantar
st. james infirmary, aquela marcha fúnebre
a que já aludi há muito tempo, tão sombria, tão pungente,
tão desarmada e triste. já falei disso, sim, e
agora ocorre-me outra vez, nem eu sei bem porquê,
nesta penumbra anoitecida, como um pólen de surdinas
que escorressem das nuvens. e sei que me faz
sentir como se levasse um aperto no coração e
um ramo de flores, um ramo
de frágeis comissuras de ciclamen
e pétalas furtivamente humedecidas, tão pálidas
e azuladas, tão repassadas de tempo e pouca sorte,
nesse compasso rouco para a morte de amor:
so cold, so sweet, so fair,
deixai passar, deixai passar, onde quer que eles
estejam nunca houve amor assim,
iseu crepuscular, tristão desamparado,
ambos morrendo por de nada ter valido.
mi venivano sempre le lacrime agli occhi
tutte le volte che ascoltavo louis armstrong cantare
st. james infirmary, quella marcia funebre
cui ho già alluso tanto tempo fa, così mesta e pungente,
così indifesa e triste. ne ho già parlato, sì, e
adesso mi succede ancora, non so neanch’io perché,
in questa penombra oscurata come da una nebbia di pollini
mormoranti che si riversano dalle nuvole. e so che mi fa
sentire come se io tenessi stretto il mio cuore e
un mazzo di fiori, un mazzo
con delicata composizione di ciclamini
dai petali furtivamente inumiditi, così pallidi
e azzurrati, così maltrattati dal tempo e dalla cattiva sorte,
nella roca cadenza a tempo con la morte dell’amore
so cold, so sweet, so fair,
fate largo, fate largo, ovunque essi
siano non ci fu mai un amore così,
evanescente isotta, desolato tristano,
morti entrambi per un ineluttabile destino.
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Rogelio de Egusquiza
La morte di Tristano e Isotta (1910)
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