soneto do amor e da morte


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soneto do amor e da morte
sonetto dell’amore e della morte


quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.

quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não

tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
quando io morirò sussurra la canzone
che ho scritto per te. quando io morirò
restami accanto, senza voler vedere
gl’infausti uccelli del crepuscolo
che sorvolano la mia solitudine.

quando io morirò tu tienimi la mano,
fissa, se lo potrai, i tuoi occhi nei miei
se in essi ancora la luce si riduce
e parla del nostro amore come se non

dovesse mai finire, sempre a soffrire,
sempre a soffrire per tanta perfezione
che nel cessar di battere il mio cuore
rimanga il tuo a pulsar per noi ancora,
quando io morirò tu tienimi la mano.
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Pierre Peyron
La morte di Alceste (1794)
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