wild is the wind


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wild is the wind
wild is the wind


uma sebe de hidrângeas em que o azul explode
faz a moldura deste verão para o teu retrato
e contra o verde largo das folhas, sob o vento, ondula
 o véu,
ondula o véu de leves dobras a envolver-te a cintura,

e a tua pele recolhe a luminosa serenidade da manhã
como um tratamento de beleza, um bálsamo benfazejo
 que não seja
para mais ninguém. e penso: como eu andava ao deus-
 dará
e tu estavas aqui, nesta casa das nuvens, a respirar
 no seu recato

modulado. fosse o destino, o fado, o acaso, a sina,
tu estavas aqui, desde ontem, ao lusco-fusco, entre as
 surdinas
de sombra que cresciam pelo vale e a música severa
de que se engendram as palavras. ah, se eu morresse

agora, só diria, em-mim-mesmado, como adriano,
ó alminha, brandinha, vagabunda,
suspende a clepsidra e deixa-te ficar um pouco mais
 comigo,
só para eu poder contemplá-la e depois acabar
 serenamente,

entre a resignação do estóico, um estremecimento de
 ternura,
um fulgor grave do seu olhar, a faiança azul das
 hidrângeas
e um cheiro de alecrim, ao findar agosto de dois mil
 e nove,
quando o vento se torna mais bravio.
una siepe d’ortensie in cui l’azzurro esplode
fa da cornice estiva al tuo ritratto
e contro l’ampio verde delle foglie, sotto il vento, ondeggia
 il velo,
ondeggia il velo avvolgendoti in lievi curve la vita,

e la tua pelle raccoglie il luminoso chiarore del mattino
come un trattamento di bellezza, un balsamo benefico
 che non sia
a nessun altro destinato. e penso, a come io vagavo
 distratto
mentre tu già stavi qui, in questa casa di nuvole, respirando
 nel suo

armonico grembo. fosse per destino, fato, caso, fortuna,
tu stavi qui, già fin da ieri, verso il crepuscolo, tra le
 sordine
delle ombre che crescevano nella valle e la musica severa
da cui s’originano le parole. ah, se io morissi

ora, direi soltanto, chiuso in me stesso, come adriano,
piccola anima smarrita e soave,
arresta la clessidra e resta ancora un poco qui
 con me,
solamente perché io possa contemplarla e poi finire
 serenamente,

tra la rassegnazione dello stoico, un trasalimento di
 tenerezza,
un intenso rifulgere del suo sguardo, il blu porcellanato
 delle ortensie
e un aroma di rosmarino, alla fine d’agosto del duemila
 nove,
quando il vento si fa più selvaggio.
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Gaetano Bellei
Colpo di vento (1909)
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