Malungo, brother, irmão

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Malungo, brother, irmão

Malungo, brother, irmão

No fundo do calumbé nossas mãos ainda espalmam cascalhos nem ouro nem diamante espalham enfeites em nossos seios e dedos. Tudo se foi mas a cobra deixa o seu rastro nos caminhos aonde passa e a lesma lenta em seu passo-arrasto larga uma gosma dourada que brilha no sol. Um dia antes um dia avante a dívida acumula e fere o tempo tenso da paciência gasta de quem há muito espera. Os homens constroem no tempo o lastro, laços de esperanças que amarram e sustentam o mastro que passa da vida em vida. No fundo do calumbé nossas mãos sempre e sempre espalmam nossas outras mãos moldando fortalezas e esperanças, heranças nossas divididas com você: malungo, brother, irmão.

Sul fondo del setaccio le nostre mani ancora sparpagliano granelli né oro né diamanti spargono lustrini sui nostri seni e sulle mani. Tutto è passato ma il serpente lascia la sua traccia sui sentieri dove passa e la lenta lumaca col suo passo strascinato lascia una bava dorata che brilla al sole. Un giorno prima un giorno poi il debito s’accumula e ferisce il tempo afflitto dalla pazienza esausta di chi è da tanto che aspetta. Gli uomini gettano nel tempo le fondamenta, legami di speranze che fissano e sostengono l’albero maestro che passa di vita in vita. Sul fondo del setaccio le nostre mani senza sosta lisciano le nostre altre mani plasmando forze e speranze, le nostre eredità condivise con te: malungo, brother, irmão.

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Alberto Saraiva
Garimpeiro (2007)

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