Poema de Natal


Nome :
 
Collezione :
 
Altra traduzione :
Conceição Evaristo »»
 
Poemas da Recordação e Outros Movimentos (2008) »»
 
Francese »»
«« precedente /  Sommario / successivo »»
________________


Poema de Natal
Poesia di Natale


O frio assola
os meninos no Natal
nas grutas, nas vielas,
nos condomínios...

O frio no Natal assola
a vida de muitos.
Na solidão do vazio prato,
o esbanjar da ceia
cerceia o paladar
de quem apenas em sonho,
molha a farinha seca,
no vinho tinto e extinto
pelo derramamento
do cálice do outro.

O frio no Natal
não tem nascedouro
em dezembro.
Há longas datas
o frio assola
a boca vazia
do ano inteiro.

Em dezembro porém
uma lembrança erupciona
a pele de todos.
O frio do outro Menino,
o frio do outro...

E então, no afã de exterminar
o nosso frio, fabricamos
o calor de um só dia, esquecidos
de que como deuses
também podemos milagrar a vida.

Basta tomar
o fogo-brilho da estrela
e com a chama do divino-humano
que em nós habita,
maravilhar o mundo com
a estrela-guia da justiça.
Il freddo affligge
i bambini a Natale
nelle grotte, nei vicoli,
nei condomini...

Il freddo a Natale affligge
la vita di molti.
Nella solitudine d’un piatto vuoto,
l’eccesso della cena
appiattisce il gusto
di chi, appena in sogno,
intinge il biscotto secco
nel vin santo, estinto
a causa dello svuotamento
del calice d’un altro.

Il freddo a Natale
non ha nascituro
a dicembre.
Da tanto tempo
il freddo affligge
la bocca asciutta
dell’anno intero.

A dicembre però
un ricordo irrita
la pelle di tutti.
Il freddo dell’altro Bambino,
il freddo dell’altro...

Ed ecco, nell’ansia di annullare
il nostro freddo, costruiamo
il calore d’un sol giorno, dimentichi
del fatto che, come dei,
possiamo anche noi miracolare la vita.

Basta prendere
l’ardente scintillio della stella
e con la fiamma del divino-umano
che in noi dimora,
stupire il mondo con
la stella-guida della giustizia.
________________

Rico de Candia
Madonna nera bizantina (XVI sec.)
...

Nessun commento:

Posta un commento

Nuvola degli autori (e alcune opere)

A. M. Pires Cabral (44) Adélia Prado (40) Adolfo Casais Monteiro (36) Adriane Garcia (40) Affonso Romano de Sant’Anna (41) Al Berto (38) Albano Martins (41) Alexandre O'Neill (29) Ana Cristina Cesar (39) Ana Elisa Ribeiro (40) Ana Hatherly (43) Ana Luísa Amaral (40) Ana Martins Marques (48) Antônio Cícero (40) António Gedeão (37) António Ramos Rosa (39) Augusto dos Anjos (50) Caio Fernando Abreu (40) Carlos Drummond de Andrade (43) Carlos Machado (104) Casimiro de Brito (40) Cecília Meireles (37) Conceição Evaristo (33) Daniel Faria (40) Dante Milano (33) David Mourão-Ferreira (40) Donizete Galvão (41) Eugénio de Andrade (34) Ferreira Gullar (39) Fiama Hasse Pais Brandão (38) Francisco Carvalho (40) Galeria (27) Gastão Cruz (40) Gilberto Nable (46) Hilda Hilst (41) Inês Lourenço (40) João Cabral de Melo Neto (44) João Guimarães Rosa (33) João Luís Barreto Guimarães (40) Jorge de Sena (40) Jorge Sousa Braga (40) José Eduardo Degrazia (40) José Gomes Ferreira (41) José Saramago (40) Lêdo Ivo (33) Luis Filipe Castro Mendes (40) Manoel de Barros (36) Manuel Alegre (41) Manuel António Pina (32) Manuel Bandeira (40) Manuel de Freitas (41) Marina Colasanti (38) Mário Cesariny (34) Mario Quintana (38) Miguel Torga (31) Murilo Mendes (32) Narlan Matos (85) Nuno Júdice (32) Nuno Rocha Morais (433) Pássaro de vidro (52) Poemas dos dias (23) Poemas Sociais (30) Reinaldo Ferreira (9) Ronaldo Costa Fernandes (42) Rui Pires Cabral (44) Ruy Belo (28) Ruy Espinheira Filho (43) Ruy Proença (41) Sophia de Mello Breyner Andresen (32) Tesoura cega (35) Thiago de Mello (38) Ultimos Poemas (103) Vasco Graça Moura (40) Vinícius de Moraes (34)