Obsessiva n°5


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Obsessiva n°5
Ossessiva n°5


Faz tanto tempo, já
e não, eu não esqueço.
Tomadas providências melancólicas
tipo beber muito
ir ao cinema sem parar
televisão bares festinhas
drogas variadas
cartas & telefonemas
ou não. E nada.

Somados aos dos pés, os dedos
das mãos não seriam suficientes
para contar os meses todos.
Tantos, deus, e tantas
mas tantas, tantas fiz
(como diria Ana Cristina, a bela)
e eu – mas o que seria esse
eu
depois de tudo?
e isso é outro papo – enfim:

eu não esqueço

aquele esboço de felicidade,
inesperados tropeços no real. E teu cheiro
de repente, outra vez, no meio de maio,
visuais rápidos na esquina, no escuro
teu rosto transformado em outros.
Arsênico, cumulativa: a memória
dum quase possível me envenenando
insidiosa e lenta
como num romance inglês.

Até hoje – até quando?
Tanto tempo è passato, ormai
e no, io non dimentico.
Prese malinconiche precauzioni
tipo bere molto
andare al cinema di continuo
televisione bar festini
droghe varie
lettere & telefonate
o no. E niente.

Sommate a quelle dei piedi, le dita
delle mani non basterebbero
per fare il conto di tutti i mesi.
Tanti, mio dio, e tante
ma tante ne ho fatte
(come direbbe la bella Ana Cristina)
e io – ma chi sarebbe poi questo
io
dopo tutto?
ma questo è un altro discorso – alla fine:

io non dimentico

quell’abbozzo di felicità,
inaspettati intoppi nella realtà. E il tuo profumo
d’un tratto, di nuovo, a metà maggio,
visioni fulminee all’angolo, al buio
il tuo viso trasformato in altri.
Arsenico, per accumulo: la memoria
di qualcosa di quasi possibile m’avvelena
insidiosa e lenta
come in un romanzo inglese.

Fino ad ora – fino a quando?
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Egon Schiele
Nudo maschile seduto (1910)
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