Deitado na areia


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Deitado na areia
Disteso sulla sabbia


Horas e horas deitado na areia caído
Na areia
Ou por algum braço arremessado. Pouco a pouco
Deixei de sentir os grãos finíssimos
Colarem-se-me à pele. Deixei de ver
O céu que meus olhos olhavam.
As primeiras ondas que me tocaram os pés
Ainda as senti — bocas minúsculas
Bebendo o meu sangue silencioso —
Mas as segundas já não eram frias nem quentes
  já não eram
Suaves nem ríspidas já não possuíam
Lábios nem dentes. E nada sei
Das seguintes como nada já sabia
Da areia nem do sal nem dos bichos que passavam
Por cima do meu corpo depois de terem passado
Pelo corpo da areia.
Durante algum tempo durante a rigorosa eternidade
De um momento
Foi como se eu fosse também areia mar e sol
E talvez eu tenha sido
Areia sol e mar. O resto
É vento.
Ore ed ore disteso sulla sabbia, crollato
Sulla sabbia
O scaraventato da qualche braccio. Poco a poco
Ho smesso di sentire i granelli finissimi
Appiccicarsi alla pelle. Ho smesso di vedere
Il cielo che i miei occhi osservavano.
Le prime onde che m'hanno sfiorato i piedi
Le ho potute sentire — bocche minute
Che sorbivano il mio sangue silente —
Ma le seconde non erano già più né fredde né calde non
  erano più
Né lisce né scabre non possedevano più
Labbra né denti. E nulla so
Delle successive come nulla sapevo
Della sabbia né del sale né delle bestiole che passavano
Sul mio corpo dopo che erano passati
Sopra il corpo della sabbia.
Per un po’ di tempo durante l'esatta eternità
Di un momento
Fu come se anch’io fossi sabbia mare e sole
E chissà che non sia stato davvero
Sabbia sole e mare. E quel che resta
È vento.
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Albert Marquet
Le Pilat, la spiaggia in estate (1935)
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