Deitado na areia


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Casimiro de Brito »»
 
Poemas da Solidão Imperfeita (1958) »»
 
Francese »»
«« precedente /  Sommario / successivo »»
________________


Deitado na areia
Disteso sulla sabbia


Horas e horas deitado na areia caído
Na areia
Ou por algum braço arremessado. Pouco a pouco
Deixei de sentir os grãos finíssimos
Colarem-se-me à pele. Deixei de ver
O céu que meus olhos olhavam.
As primeiras ondas que me tocaram os pés
Ainda as senti — bocas minúsculas
Bebendo o meu sangue silencioso —
Mas as segundas já não eram frias nem quentes
  já não eram
Suaves nem ríspidas já não possuíam
Lábios nem dentes. E nada sei
Das seguintes como nada já sabia
Da areia nem do sal nem dos bichos que passavam
Por cima do meu corpo depois de terem passado
Pelo corpo da areia.
Durante algum tempo durante a rigorosa eternidade
De um momento
Foi como se eu fosse também areia mar e sol
E talvez eu tenha sido
Areia sol e mar. O resto
É vento.
Ore ed ore disteso sulla sabbia, crollato
Sulla sabbia
O scaraventato da qualche braccio. Poco a poco
Ho smesso di sentire i granelli finissimi
Appiccicarsi alla pelle. Ho smesso di vedere
Il cielo che i miei occhi osservavano.
Le prime onde che m'hanno sfiorato i piedi
Le ho potute sentire — bocche minute
Che sorbivano il mio sangue silente —
Ma le seconde non erano già più né fredde né calde non
  erano più
Né lisce né scabre non possedevano più
Labbra né denti. E nulla so
Delle successive come nulla sapevo
Della sabbia né del sale né delle bestiole che passavano
Sul mio corpo dopo che erano passati
Sopra il corpo della sabbia.
Per un po’ di tempo durante l'esatta eternità
Di un momento
Fu come se anch’io fossi sabbia mare e sole
E chissà che non sia stato davvero
Sabbia sole e mare. E quel che resta
È vento.
________________

Albert Marquet
Le Pilat, la spiaggia in estate (1935)
...

Nessun commento:

Posta un commento

Nuvola degli autori (e alcune opere)

A. M. Pires Cabral (44) Adélia Prado (40) Adolfo Casais Monteiro (36) Adriane Garcia (40) Affonso Romano de Sant’Anna (41) Al Berto (38) Albano Martins (41) Alexandre O'Neill (29) Ana Cristina Cesar (39) Ana Elisa Ribeiro (40) Ana Hatherly (43) Ana Luísa Amaral (40) Ana Martins Marques (48) Antônio Cícero (40) António Gedeão (37) António Ramos Rosa (39) Augusto dos Anjos (50) Caio Fernando Abreu (40) Carlos Drummond de Andrade (43) Carlos Machado (107) Casimiro de Brito (40) Cecília Meireles (37) Conceição Evaristo (33) Daniel Faria (40) Dante Milano (33) David Mourão-Ferreira (40) Donizete Galvão (41) Eugénio de Andrade (34) Ferreira Gullar (39) Fiama Hasse Pais Brandão (38) Francisco Carvalho (40) Galeria (27) Gastão Cruz (40) Gilberto Nable (46) Hilda Hilst (41) Inês Lourenço (40) João Cabral de Melo Neto (44) João Guimarães Rosa (33) João Luís Barreto Guimarães (40) Jorge de Sena (40) Jorge Sousa Braga (40) José Eduardo Degrazia (40) José Gomes Ferreira (41) José Saramago (40) Lêdo Ivo (33) Luis Filipe Castro Mendes (40) Manoel de Barros (36) Manuel Alegre (41) Manuel António Pina (32) Manuel Bandeira (40) Manuel de Freitas (41) Marina Colasanti (38) Mário Cesariny (34) Mario Quintana (38) Miguel Torga (31) Murilo Mendes (32) Narlan Matos (85) Nuno Júdice (32) Nuno Rocha Morais (435) Pássaro de vidro (52) Poemas dos dias (23) Poemas Sociais (30) Reinaldo Ferreira (23) Ronaldo Costa Fernandes (42) Rui Pires Cabral (44) Ruy Belo (28) Ruy Espinheira Filho (43) Ruy Proença (41) Sophia de Mello Breyner Andresen (32) Tesoura cega (35) Thiago de Mello (38) Ultimos Poemas (103) Vasco Graça Moura (40) Vinícius de Moraes (34)