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A contemplação da morte...
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La contemplazione della morte...
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A contemplação da morte salva os homens,
dizia Epicuro. Ainda não sei o que fazer, vou contemplando os campos em volta, os vinhedos, os moinhos e trago-te minha amiga um ramo de orégãos — coisa melhor não tiveram os deuses quando deuses houve. Orégãos e cristais coloridos nestas mãos que detêm o segredo do ar bravio. Com elas te acaricio antes que a terra me ofereça outros tesouros. Cair assim é uma espécie de flutuação que salva quem não espera salvação nenhuma. Quando os corpos se amam eleva-se um templo invisível onde a fúria se instala — nem só de vinho se embriaga um homem. |
La contemplazione della morte salva gli uomini,
diceva Epicuro. Ancora non so che fare, vado contemplando i campi qui intorno, i vigneti, i mulini e ti porto, amica mia, un ramo d’origano — cosa migliore non avevano gli dei quando c’erano gli dei. Origano e cristalli colorati in queste mani che celano il segreto d’una natura rude. Con esse t’accarezzo prima che la terra mi offra altri tesori. Cadere così è una specie di fluttuazione che salva chi non s’aspetta alcun salvataggio. Quando i corpi si amano s’innalza un tempio invisibile in cui s’installa la furia — non di solo vino s’ubriaca un uomo. |
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Joan Miró Bottiglia di vino (1924) |
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