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Anjo exterminador
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Angelo sterminatore
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para Waly Salomão
Não me venha
com essa conversa
de anjo da anunciação.
Você vai enfrentar
um anjo exterminador.
Tateie na caverna
e encontre na sombra
esse predador ancestral
com asas de galo-índio –
pronto para golpear a presa.
Ele crava as esporas
no peito do adversário
e lhe retalha as carnes.
Com o bico,
fura os olhos.
Louco por sangue
quer o gosto da agonia.
Esqueça os versos
que os poetas sussurram
em seu ouvido.
São traidores –
anjos enganadores.
Têm-lhe ódio
quando dizem
morrer de amores.
Negam a si mesmos.
Negam os amigos.
Só têm as palavras
como seus abrigos.
Não me venha
com essa conversa
de anjo da anunciação.
Você vai enfrentar
um anjo exterminador.
Tateie na caverna
e encontre na sombra
esse predador ancestral
com asas de galo-índio –
pronto para golpear a presa.
Ele crava as esporas
no peito do adversário
e lhe retalha as carnes.
Com o bico,
fura os olhos.
Louco por sangue
quer o gosto da agonia.
Esqueça os versos
que os poetas sussurram
em seu ouvido.
São traidores –
anjos enganadores.
Têm-lhe ódio
quando dizem
morrer de amores.
Negam a si mesmos.
Negam os amigos.
Só têm as palavras
como seus abrigos.
per Waly Salomão
Non venirmi fuori
con questa storia
dell’angelo dell’annunciazione.
Tu affronterai
un angelo sterminatore.
Tasta nella caverna
e trova nell’ombra
questo predatore ancestrale
con ali di gallo indio –
pronto a colpire la preda.
Conficca i suoi speroni
nel petto dell’avversario
e gli trafigge le carni.
Con il becco,
fora gli occhi.
Assetato di sangue
cerca il sapore dell’agonia.
Dimentica i versi
che i poeti ti sussurrano
all’orecchio.
Sono traditori –
angeli impostori.
Odiali
quando dicono
di morir d’amore.
Rinnegano se stessi.
Rinnegano gli amici.
Non hanno che parole
come rifugio.
Non venirmi fuori
con questa storia
dell’angelo dell’annunciazione.
Tu affronterai
un angelo sterminatore.
Tasta nella caverna
e trova nell’ombra
questo predatore ancestrale
con ali di gallo indio –
pronto a colpire la preda.
Conficca i suoi speroni
nel petto dell’avversario
e gli trafigge le carni.
Con il becco,
fora gli occhi.
Assetato di sangue
cerca il sapore dell’agonia.
Dimentica i versi
che i poeti ti sussurrano
all’orecchio.
Sono traditori –
angeli impostori.
Odiali
quando dicono
di morir d’amore.
Rinnegano se stessi.
Rinnegano gli amici.
Non hanno che parole
come rifugio.
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Mario Ceroli L'annunciazione dell'Angelo Sterminatore (1999) |
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