A ponte de Van Gogh


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A ponte de Van Gogh
Il ponte di Van Gogh


O lugar não importa: pode ser o Japão, a Holanda,
a campina inglesa. 
Mas é absolutamente preciso que seja domingo. 

O azul do céu ecoa na esmeralda do rio 
E o rio reflete docemente as margens de relva verde-laranja 
Dir-se-ia que da mansão da esquerda voou o lençol
virginal de miss
Para ser no céu sem mancha a única nuvem. 
A calma é velha, de uma velhice sem pátina 
As cores são simples, ingênuas 
A estação é feliz: o guarda da ponte chegou a pintar 
De listas vermelhas o teto de sua casinhola. 
E, meu Deus, se não fossem esses diabinhos de pinheiros
a fazer caretas
E a pressa com que o homem da charrete vai: 
- A pressa de quem atravessou um vago perigo 
Tudo estivesse perfeito, e não me viesse esse medo tolo
de a pequena ponte levadiça
Desabe e se molhe o vestido preto de Cristina Georgina
Rosseti
Que vai de umbrela especialmente para ouvir a prédica
do novo pastor da vila.

Il luogo non importa: può essere il Giappone, l’Olanda,
la campagna inglese. 
Ma è assolutamente necessario che sia domenica. 

L’azzurro del cielo si riverbera nel colore smeraldo del fiume 
E il fiume riflette dolcemente le rive d’erba verde e arancio 
Si direbbe che dal casale sulla sinistra sia volato via il
lenzuolo verginale della miss
Per essere nel cielo senza macchia l’unica nube. 
La calma è antica, d’una vetustà senza patina 
I colori sono semplici, ingenui 
La stagione è felice: il custode del ponte è arrivato a decorare 
Con strisce rosse il tetto della sua casetta. 
E, mio Dio, se non ci fossero quei diavoletti di pini a fare 
sberleffi
E la fretta con cui l’uomo sul carro se ne va: 
- La fretta di chi è scampato a un vago pericolo 
Tutto sarebbe perfetto, e non mi assalirebbe questa sciocca
paura che il ponticello levatoio
Crolli e si bagni il vestito nero di Cristina Georgina
Rosseti
Che con l’ombrello va espressamente ad ascoltare la predica
del nuovo pastore del villaggio.

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Vincent van Gogh
Il ponte di Langlois ad Arles (1888)
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