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O cadafalso
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Il patibolo
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Eu caí de joelhos diante do amor transtornado do
teu rosto
Estavas alta e imóvel — mas teus seios vieram sobre
mim e me feriram os olhos
E trouxeram sangue ao ar onde a tempestade agonizava.
Subitamente cresci e me multipliquei ao peso de tanta
carne
Cresci sentindo que a pureza escorria de mim como
a chuva dos galhos
E me deixava parado, vazio para a contemplação da
tua face.
Longe do mistério do teu amor, curvado, eu fiquei
ante tuas partes intocadas
Cheio de desejo e inquietação, com uma enorme
vontade de chorar no teu vestido.
Para desvendar as tuas formas nas minhas lágrimas
Agoniado abracei-te e ocultei o meu sopro quente
no teu ventre
E logo te senti como um cepo e em torno a mim eram
monges brancos em ofício de mortos
E também — quem chorou? — Vozes como lamentações
se repetindo.
No horror da treva cravou-se em meus olhos uma
estranha máscara de dois gumes
E sobre o meu peito e sobre os meus braços, tenazes
de fogo, e sob os meus pés piras ardendo.
Oh, tudo era martírio dentro daquelas vozes soluçando
Tudo era dor e escura angústia dentro da noite despertada!
“Me salvem — gritei — me salvem que não sou eu!” — e as
ladainhas repetiam — me salvem que não sou eu!
E veio então uma mulher como uma visão sangrenta
de revolta
Que com mão de gigante colheu o que de sexo havia
em mim e o espremeu amargamente
E que separou a minha cabeça violentamente do meu
corpo.
Nesse momento eu tive de partir e todos fugiam
aterrados
Porque misteriosamente meu corpo transportava
minha cabeça para o inferno...
teu rosto
Estavas alta e imóvel — mas teus seios vieram sobre
mim e me feriram os olhos
E trouxeram sangue ao ar onde a tempestade agonizava.
Subitamente cresci e me multipliquei ao peso de tanta
carne
Cresci sentindo que a pureza escorria de mim como
a chuva dos galhos
E me deixava parado, vazio para a contemplação da
tua face.
Longe do mistério do teu amor, curvado, eu fiquei
ante tuas partes intocadas
Cheio de desejo e inquietação, com uma enorme
vontade de chorar no teu vestido.
Para desvendar as tuas formas nas minhas lágrimas
Agoniado abracei-te e ocultei o meu sopro quente
no teu ventre
E logo te senti como um cepo e em torno a mim eram
monges brancos em ofício de mortos
E também — quem chorou? — Vozes como lamentações
se repetindo.
No horror da treva cravou-se em meus olhos uma
estranha máscara de dois gumes
E sobre o meu peito e sobre os meus braços, tenazes
de fogo, e sob os meus pés piras ardendo.
Oh, tudo era martírio dentro daquelas vozes soluçando
Tudo era dor e escura angústia dentro da noite despertada!
“Me salvem — gritei — me salvem que não sou eu!” — e as
ladainhas repetiam — me salvem que não sou eu!
E veio então uma mulher como uma visão sangrenta
de revolta
Que com mão de gigante colheu o que de sexo havia
em mim e o espremeu amargamente
E que separou a minha cabeça violentamente do meu
corpo.
Nesse momento eu tive de partir e todos fugiam
aterrados
Porque misteriosamente meu corpo transportava
minha cabeça para o inferno...
Io caddi in ginocchio davanti all’amore sconvolto del
tuo volto
Eri alta e immobile — ma i tuoi seni caddero su di me
e mi ferirono gli occhi
E sparsero sangue nell’aria ove la tempesta agonizzava.
D’improvviso crebbi e mi moltiplicai al peso di tanta
carne
Crebbi sentendo che la purezza mi scivolava via come
la pioggia dai rami
E mi lasciava fermo, vuoto nella contemplazione del
tuo viso.
Lungi dal mistero del tuo amore, curvo, io rimasi
davanti alle tue parti incorrotte
Pieno di desiderio e inquietudine, con una voglia
enorme di piangere sul tuo vestito.
Per scoprire le tue forme tra le mie lacrime
Angosciato t’abbracciai e nascosi il mio caldo
respiro sul tuo ventre
E ti sentii allora come un ceppo e intorno a me c’erano
bianchi monaci durante l’officio dei morti
E ancora — chi pianse? — Voci come lamentazioni
ripetute.
Nell’orrore delle tenebra si fissò nei miei occhi una
strana maschera bifronte
E sopra il mio petto e sopra le mie braccia, tenaglie
di fuoco, e sotto i miei piedi pire ardenti.
Oh, tutto era martirio dentro quelle voci singhiozzanti
Tutto era dolore e arcana angoscia dentro la notte risvegliata!
“Salvatemi — gridai — salvatemi che non son io!” — e le
litanie ripetevano — salvatemi che non son io!
E venne allora una donna come cruenta visione di
rivolta
Che con mano di gigante prese ciò che di sesso c’era
in me e lo spremette amaramente
E che violentemente separò la mia testa dal mio
corpo.
In quel momento io me ne dovetti andare e tutti
fuggivano atterriti
Perché misteriosamente il mio corpo trasportava
la mia testa all’inferno...
tuo volto
Eri alta e immobile — ma i tuoi seni caddero su di me
e mi ferirono gli occhi
E sparsero sangue nell’aria ove la tempesta agonizzava.
D’improvviso crebbi e mi moltiplicai al peso di tanta
carne
Crebbi sentendo che la purezza mi scivolava via come
la pioggia dai rami
E mi lasciava fermo, vuoto nella contemplazione del
tuo viso.
Lungi dal mistero del tuo amore, curvo, io rimasi
davanti alle tue parti incorrotte
Pieno di desiderio e inquietudine, con una voglia
enorme di piangere sul tuo vestito.
Per scoprire le tue forme tra le mie lacrime
Angosciato t’abbracciai e nascosi il mio caldo
respiro sul tuo ventre
E ti sentii allora come un ceppo e intorno a me c’erano
bianchi monaci durante l’officio dei morti
E ancora — chi pianse? — Voci come lamentazioni
ripetute.
Nell’orrore delle tenebra si fissò nei miei occhi una
strana maschera bifronte
E sopra il mio petto e sopra le mie braccia, tenaglie
di fuoco, e sotto i miei piedi pire ardenti.
Oh, tutto era martirio dentro quelle voci singhiozzanti
Tutto era dolore e arcana angoscia dentro la notte risvegliata!
“Salvatemi — gridai — salvatemi che non son io!” — e le
litanie ripetevano — salvatemi che non son io!
E venne allora una donna come cruenta visione di
rivolta
Che con mano di gigante prese ciò che di sesso c’era
in me e lo spremette amaramente
E che violentemente separò la mia testa dal mio
corpo.
In quel momento io me ne dovetti andare e tutti
fuggivano atterriti
Perché misteriosamente il mio corpo trasportava
la mia testa all’inferno...
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Artemisia Gentileschi Giuditta e Oloferne (1620) |
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