Poema enjoadinho


Nome :
 
Collezione :
 
Altra traduzione :
Vinícius de Moraes »»
 
Antologia Poética (1954) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Poema enjoadinho
Poesia un po’ lagnosa


Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Figli... Figli?
Non averne è meglio!
Però se non ne abbiamo
Come si fa a saperlo?
Se non ne abbiamo
Chi ci fa visita
Troppo silenzio
Quanto li vogliamo!
Bagno di mare
È un toccasana, pare...
La moglie vola
Attraversa lo spazio
Manda giù l’acqua
È un po’ salata
Ma ricca di iodio
Dopo, che bella
Così abbronzata
Che è la sposa!
Risultato: un figlio.
Ed ecco che inizia
La scocciatura:
La cacca è bianca
La cacca è nera
Beve ammoniaca
Mangia un bottone
Figli? Figli
Non averne è meglio!
Notti d’insonnia
Capelli bianchi
Pianti convulsi
Mio Dio, salvalo!
I figli sono il diavolo
Non averne è meglio...
Però se non ne abbiamo
Come si fa a saperlo?
Come sapere
Come son soffici
I loro capelli
Che odore tiepido
Ha la loro carne
Che dolce sapore
Ha la loro bocca!
Ciucciano il rasoio
Bevono lo shampoo
Danno fuoco
Al quartiere
Però, che cosa
Che cosa folle
Che cosa bella
Che sono i figli!

________________

Bernardo Balestrieri
Bimbo che piange (1955)
...

Nessun commento:

Posta un commento

Nuvola degli autori (e alcune opere)

A. M. Pires Cabral (44) Adélia Prado (40) Adolfo Casais Monteiro (36) Adriane Garcia (40) Affonso Romano de Sant’Anna (41) Al Berto (38) Albano Martins (41) Alexandre O'Neill (29) Ana Cristina Cesar (39) Ana Elisa Ribeiro (40) Ana Hatherly (43) Ana Luísa Amaral (40) Ana Martins Marques (48) Antônio Cícero (40) António Gedeão (37) António Ramos Rosa (39) Augusto dos Anjos (50) Caio Fernando Abreu (40) Carlos Drummond de Andrade (43) Carlos Machado (104) Casimiro de Brito (40) Cecília Meireles (37) Conceição Evaristo (33) Daniel Faria (40) Dante Milano (33) David Mourão-Ferreira (40) Donizete Galvão (41) Eugénio de Andrade (34) Ferreira Gullar (39) Fiama Hasse Pais Brandão (38) Francisco Carvalho (40) Galeria (27) Gastão Cruz (40) Gilberto Nable (46) Hilda Hilst (41) Inês Lourenço (40) João Cabral de Melo Neto (44) João Guimarães Rosa (33) João Luís Barreto Guimarães (40) Jorge de Sena (40) Jorge Sousa Braga (40) José Eduardo Degrazia (40) José Gomes Ferreira (41) José Saramago (40) Lêdo Ivo (33) Luis Filipe Castro Mendes (40) Manoel de Barros (36) Manuel Alegre (41) Manuel António Pina (32) Manuel Bandeira (40) Manuel de Freitas (41) Marina Colasanti (38) Mário Cesariny (34) Mario Quintana (38) Miguel Torga (31) Murilo Mendes (32) Narlan Matos (85) Nuno Júdice (32) Nuno Rocha Morais (433) Pássaro de vidro (52) Poemas dos dias (23) Poemas Sociais (30) Reinaldo Ferreira (8) Ronaldo Costa Fernandes (42) Rui Pires Cabral (44) Ruy Belo (28) Ruy Espinheira Filho (43) Ruy Proença (41) Sophia de Mello Breyner Andresen (32) Tesoura cega (35) Thiago de Mello (38) Ultimos Poemas (103) Vasco Graça Moura (40) Vinícius de Moraes (34)