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Glosa à Chegada do Outono
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Chiosa all’arrivo dell’autunno
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O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sêde, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo…
Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sêde, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo…
Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
Il corpo non aspetta. No. Né noi
né l’amore. Questo brancolare di mani,
così restio e che da sé ricerca
la tiepida, setosa aridità
che palpita piuttosto intimidita
in movimenti solitari e vani;
questo brancolare che non viene da noi,
ma da una sete, una memoria, da tutto
ciò che sappiamo di toccare nudo
in quel corpo che non aspetta; questo brancolare
che non conosce, non vede, che nulla
osa temere nel suo intenso timore…
Ha tanta fretta il corpo! E tutto è già passato
quando uno di noi o quando l’amore è venuto.
né l’amore. Questo brancolare di mani,
così restio e che da sé ricerca
la tiepida, setosa aridità
che palpita piuttosto intimidita
in movimenti solitari e vani;
questo brancolare che non viene da noi,
ma da una sete, una memoria, da tutto
ciò che sappiamo di toccare nudo
in quel corpo che non aspetta; questo brancolare
che non conosce, non vede, che nulla
osa temere nel suo intenso timore…
Ha tanta fretta il corpo! E tutto è già passato
quando uno di noi o quando l’amore è venuto.
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Carlo Levi Gli amanti (1971) |
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