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Posso lá compreender os teus olhos...
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Non riesco proprio a capire i tuoi occhi...
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Futuro: a Censura não deixou publicar
estes versos n'«O Diabo». Posso lá compreender os teus olhos resignados com qualquer mecânica de Primavera! Eu que estou farto das canções vazias dos pássaros e dos montes de pedras que já ninguém sabe quem criou neste enredo da preguiça das árvores a repetirem sonâmbulas a herança azul do primeiro caos da criação. Eu que quero outra luz, outro sol, outra morte, neste planeta de cadáveres enfurecido de flores. Eu que só choro diante das paisagens quando me lembro que por dentro das pedras corre, negro e escondido, o sangue humano de todos os fuzilados. A Primavera queremos nós criá-la. Nós, os homens. |
Futuro: la Censura non ha permesso
di pubblicare questi versi su «Il Diavolo». Non riesco proprio a capire i tuoi occhi arrendevoli davanti a qualsiasi meccanicismo della Primavera! Io che sono stufo di insulse canzoni d’uccelli e di monti di pietra che nessuno sa più chi li ha creati in questa trama di pigrizia degli alberi che ripropongono sonnambuli l’azzurra eredità del primo caos della creazione. Io che voglio altra luce, altro sole, altra morte, in questo pianeta di cadaveri tempestato di fiori. Io che piango davanti alla natura solo quando mi rammento che dentro le pietre scorre, nero e nascosto, il sangue umano di tutti i fucilati. La Primavera vogliamo crearla noi. Noi, gli uomini. |
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Cláudio Cesar senza titolo (1990) |
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