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Os livros mortos
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I libri morti
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Alguns dizem não deixaremos a poesia,
ela atravessará connosco a miséria do mundo e aonde quer que cheguemos ela falará por nós. Outros pensam só num resto de decência, para a proteger com as mãos, como uma frágil chama se protege do vento. Eu não sei. Todos os poemas queimados em praça pública por louros estudantes arianos e belos, todos os poetas exilados em campos de trabalho e redenção pelo povo, todos os que tiveram de passear sob apupos e com orelhas de burro na cabeça, porque burgueses afinal burgueses, todos esses tiveram o seu prémio afinal. Para os novos senhores é indiferente: um simples jogo de linguagem sem pertinência e sem valor acrescentado nas palavras não lhes merece qualquer menção. Deixam-nos para trás, porque somos todos nós afinal tão supérfluos e irrelevantes como as palavras que caem dos nossos livros mortos |
Alcuni dicono che non lasceremo la poesia,
essa attraverserà con noi la miseria del mondo e ovunque arriveremo, essa parlerà per noi. Altri pensano solo ad un rimasuglio di decenza, da proteggere con le mani, come una fiamma fioca si protegge dal vento. Io non so. Tutte le poesie bruciate sulla pubblica piazza da biondi studenti belli ed ariani, tutti i poeti esiliati in campi di lavoro e di redenzione del popolo, tutti quelli che hanno dovuto camminare dileggiati e con le orecchie d’asino in testa, perché borghesi, dopotutto borghesi, tutti questi infine hanno avuto la propria ricompensa. Per i nuovi signori è indifferente: un semplice gioco linguistico senza rilevanza e senza valore, potenziato dalle parole, non dà loro diritto ad alcuna menzione. Ci lasciano perdere, perché tutti noi in fondo siamo tanto superflui e irrilevanti quanto le parole che cadono dai nostri libri morti. |
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Anselm Kiefer "Des Herbstes Runengespinst" (2005) |
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