Chegada ao Novo Mundo


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Chegada ao Novo Mundo
Arrivo al Nuovo Mondo


Lanço os dados da navegação
Para o centro das eras invioladas
O longe é o continente mais imenso
Albatrozes poucos nítidos
Informes suspiros de nuvens
Rasgam a sorte
Que tempo levantam que safra
Que destino?
É um oceano que me cega
É este ar imenso livre caverna
És tu que aí te escreves
Cuneiforme doçura
É para aí que a terra se concentra
Numa ilha num pais
É para aí chegar
Que atravesso o erro das estrelas
Apontando apenas as coordenadas de mais vazio
E para aí chegar que atravesso estas sombras
Heras eternas culpa da superstição
Venço-me para te vencer
Tu és toda a tenebra e tormenta
Todo o vácuo que ao dar-se tira
Tira o fôlego da alma
E assim que se começa a morrer
E as velas deixam cair a brancura
Atravesso toda a confusão da bússola
O norte o sul o este o oeste
Moram-me nas raízes dos músculos
Os meus braços são o vento a bonança
Só vencendo-me eu te posso vencer
Navego para a tua nascente
Leito da terra édito do sol
Penetro na louca mente abissal
Aventura dos teus olhos
E chego enfim à palavra do teu corpo
Todo o sal na boca
Desvelo a palavra do teu corpo
Novo Mundo

Lancio i dadi della navigazione
Verso il centro delle ere inviolate
Quello lontano è il continente più immenso
Albatros a stento visibili
Informi sospiri di nuvole
Rivelano la sorte
Che tempo farà che raccolto
Quale destinazione?
È un oceano che m’accieca
Quest’aria immensa è una caverna all’aperto
E sei tu che là incidi il tuo nome
Con cuneiforme dolcezza
È là che la terra si concentra
In un’isola in un paese
È per giungere là
Che io attraverso l’errore delle stelle
Puntando appena le coordinate del vuoto
Ed è per giungere là che attraverso queste ombre
Edere eterne colpa della superstizione
Io mi batto per dominarti
Tu sei tutta la tenebra e la tormenta
Tutto il vuoto che nel donarsi priva
Priva del soffio dell’anima
E non appena si comincia a morire
E le vele lasciano cadere il biancore
Io attraverso tutta la confusione della bussola
Il nord il sud l’est l’ovest
Han messo le radici nei miei muscoli
Le mie braccia sono il vento la bonaccia
Solo battendomi ti posso dominare
Navigo verso la tua sorgente
Letto della terra decreto del sole
Penetro nella folle mente abissale
Avventura dei tuoi occhi
E giungo infine alla parola del tuo corpo
Con la bocca ricolma di sale
Rivelo la parola del tuo corpo
Nuovo Mondo

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Giuseppe Maria Crespi
Giocatori di dadi (1745)
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