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Abril
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Aprile
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Eu disse: quem pôs aqui este rio?
Alguém tinha desenhado na paisagem um cenário para a nossa história. Manchas inteiras de urze, papoilas, giestas. Até se disse em Terena que Abril não vinha assim tão verde há muito tempo. Sim, tinha chovido muito nesse ano, mas nada esteve por acaso, nem o céu de manhã cedo nos castelos com a erva a crescer dentro e fora das muralhas, nem sequer a nossa primeira noite, aquela em que esperaram por mim noutro lugar. Sozinho, sem outra defesa que não fosse a minha própria solidão, eu estive onde tu me pudesses encontrar. E depois subimos juntos a rua molhada. E já chovia por Abril sem o sabermos. |
Io dissi: chi ha messo qui questo fiume?
Qualcuno aveva disegnato sul paesaggio un palcoscenico per la nostra storia. Intere macchie d’erica, papaveri, ginestre. Si disse perfino a Terena che non c’era stato un aprile così verde da tanto tempo. Sì, aveva piovuto molto quell’anno, ma nulla era successo per caso, né il cielo di prima mattina sui castelli con l’erba cresciuta dentro e fuori le mura, e neppure la nostra prima notte, quella in cui m’avevano atteso in un altro luogo. Da solo, senz’altra difesa tranne che la mia stessa solitudine, io mi recai dove tu mi potessi trovare. E poi risalimmo insieme la via bagnata. E già pioveva ad Aprile senza che lo sapessimo. |
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Edward Hopper Strada e alberi (1962) |
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