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Tempestade eléctrica
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Tempesta elettrica
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No dia em que morreste, Deus
Baniu todos os aviões.
Esperei uma dor que me fulminasse,
Uma dor que soubesse ser a imagem
De assim te ter perdido, mas não:
Só um buraco, quase tranquilo,
No dia em que Deus
Baniu todos os aviões
Submetendo-os à lei grave da terra.
Não estive sequer na hora
Em que deixaste ver pela última vez,
Serena, para depois partires,
Sem olhares para trás, sem um aceno.
Terias tu vindo ao meu encontro
E, de dentro, como na minha infância,
Sustido todas as tempestades,
Dizendo-me «não tenhas medo»?
Deus baniu todos os aviões
Para que nada perturbasse
A tua última viagem?
Baniu todos os aviões.
Esperei uma dor que me fulminasse,
Uma dor que soubesse ser a imagem
De assim te ter perdido, mas não:
Só um buraco, quase tranquilo,
No dia em que Deus
Baniu todos os aviões
Submetendo-os à lei grave da terra.
Não estive sequer na hora
Em que deixaste ver pela última vez,
Serena, para depois partires,
Sem olhares para trás, sem um aceno.
Terias tu vindo ao meu encontro
E, de dentro, como na minha infância,
Sustido todas as tempestades,
Dizendo-me «não tenhas medo»?
Deus baniu todos os aviões
Para que nada perturbasse
A tua última viagem?
Nel giorno in cui sei morta, Dio
Mise al bando tutti gli aerei.
Attesi un dolore che mi fulminasse,
Un dolore che sapesse rendere l’idea
Di quanto t’avessi perduto, ma no:
Solo un buco, quasi tranquillo,
Nel giorno in cui Dio
Mise al bando tutti gli aerei
Soggiogandoli alla greve legge della terra.
Non c’ero neppure nel momento
In cui ti lasciasti vedere per l’ultima volta,
Serena, per poi andartene,
Senza guardarti indietro, senza un saluto.
Saresti venuta incontro a me
E, da dentro, come nella mia infanzia,
Avresti domato tutte le tempeste,
Dicendomi «non aver paura»?
Dio mise al bando tutti gli aerei
Perché nulla perturbasse
Il tuo ultimo viaggio?
Mise al bando tutti gli aerei.
Attesi un dolore che mi fulminasse,
Un dolore che sapesse rendere l’idea
Di quanto t’avessi perduto, ma no:
Solo un buco, quasi tranquillo,
Nel giorno in cui Dio
Mise al bando tutti gli aerei
Soggiogandoli alla greve legge della terra.
Non c’ero neppure nel momento
In cui ti lasciasti vedere per l’ultima volta,
Serena, per poi andartene,
Senza guardarti indietro, senza un saluto.
Saresti venuta incontro a me
E, da dentro, come nella mia infanzia,
Avresti domato tutte le tempeste,
Dicendomi «non aver paura»?
Dio mise al bando tutti gli aerei
Perché nulla perturbasse
Il tuo ultimo viaggio?
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Alighiero Boetti Aerei (1989) |
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