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31 de Dezembro
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31 dicembre
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A areia chega-me agora à cintura,
Não me tolhe, nem condena,
Mas está lá, sinto-a.
Há vozes com sede que se abeiram,
Querem beber, mas só tenho sede igual
Para lhes oferecer, ou areia.
A areia é quente, leve, maternal –
Não aquela que os humores vários do vento
Aqui vão depositando, mas o favo
Das que me cobrem há muito.
Às vezes, parece que nas areias
Se anima um instinto de construção,
Mas de que, grão por grão, logo desistem
E aquietam-se
Na arquitectura de apenas
Estarem junto às outras
E aquecem, ao desalento de irmandade
São mais fortes as vozes
Que querem beber, as areias
Que pedem água, jurando
Que a feitiçaria de uma só gota faria em terra,
São mais fortes as vozes, como as areias,
E lamentam-se da construção que não foram,
Coisas por fazer protestando,
Julgando-se incluídas no útero de algum futuro.
Não me tolhe, nem condena,
Mas está lá, sinto-a.
Há vozes com sede que se abeiram,
Querem beber, mas só tenho sede igual
Para lhes oferecer, ou areia.
A areia é quente, leve, maternal –
Não aquela que os humores vários do vento
Aqui vão depositando, mas o favo
Das que me cobrem há muito.
Às vezes, parece que nas areias
Se anima um instinto de construção,
Mas de que, grão por grão, logo desistem
E aquietam-se
Na arquitectura de apenas
Estarem junto às outras
E aquecem, ao desalento de irmandade
São mais fortes as vozes
Que querem beber, as areias
Que pedem água, jurando
Que a feitiçaria de uma só gota faria em terra,
São mais fortes as vozes, como as areias,
E lamentam-se da construção que não foram,
Coisas por fazer protestando,
Julgando-se incluídas no útero de algum futuro.
La sabbia ora m’arriva alla vita,
Non m’intralcia né mi danneggia,
Ma è là, io la sento.
Ci sono voci assetate che s’avvicinano,
Vogliono bere, ma non ho altro da offrire
Se non la stessa sete oppure sabbia.
La sabbia è calda, materna, leggera –
Non quella che gli umori volubili del vento
Depositano qui, ma la dolcezza
Di quelle che mi coprono da tanto.
Talvolta, pare che nelle sabbie
Si ravvivi un istinto di costruzione,
Al quale però, granello per granello, presto
Si sottraggono e s’acquietano
In quell’architettura dello starsene
Semplicemente insieme le une alle altre
E si riscaldano, in un fraterno abbandono
Sono più forti le voci
Che chiedono da bere, le sabbie
Che invocano acqua, giurando
Sull’incantesimo che una sola goccia farebbe sulla terra,
Sono più forti le voci, come le sabbie,
E si lamentano di quella costruzione non terminata,
Cose da fare protestando,
Immaginandosi incluse nell’utero d’un qualche futuro.
Non m’intralcia né mi danneggia,
Ma è là, io la sento.
Ci sono voci assetate che s’avvicinano,
Vogliono bere, ma non ho altro da offrire
Se non la stessa sete oppure sabbia.
La sabbia è calda, materna, leggera –
Non quella che gli umori volubili del vento
Depositano qui, ma la dolcezza
Di quelle che mi coprono da tanto.
Talvolta, pare che nelle sabbie
Si ravvivi un istinto di costruzione,
Al quale però, granello per granello, presto
Si sottraggono e s’acquietano
In quell’architettura dello starsene
Semplicemente insieme le une alle altre
E si riscaldano, in un fraterno abbandono
Sono più forti le voci
Che chiedono da bere, le sabbie
Che invocano acqua, giurando
Sull’incantesimo che una sola goccia farebbe sulla terra,
Sono più forti le voci, come le sabbie,
E si lamentano di quella costruzione non terminata,
Cose da fare protestando,
Immaginandosi incluse nell’utero d’un qualche futuro.
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Claude Monet Bassa marea a Varengeville (1882) |
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