Variações sobre (O poema pouco original do medo) de Alexandre O'Neill


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Variações sobre
(O poema pouco original do medo)
de Alexandre O'Neill
Variazioni su
(La poco originale poesia della paura)
di Alexandre O'Neill


Os ratos invadiram a cidade
povoaram as casas os ratos roeram
o coração das gentes.
Cada homem traz um rato na alma.
Na rua os ratos roeram a vida.
É proibido não ser rato.

Canto na toca. E sou um homem.
Os ratos não tiveram tempo de roer-me
os ratos não podem roer um homem
que grita não aos ratos.
Encho a toca de sol.
(Cá fora os ratos roeram o sol).
Encho a toca de luar.
(Cá fora os ratos roeram a lua).
Encho a toca de amor.
(Cá fora os ratos roeram o amor).

Na toca que já foi dos ratos cantam
os homens que não chiam. E cantando
a toca enche-se de sol.
(O pouco sol que os ratos não roeram).

I topi hanno invaso la città
hanno occupato le case i topi hanno rosicchiato
il cuore della gente.
Ogni uomo reca un topo nell’anima.
Per strada i topi hanno rosicchiato la vita.
È proibito non essere topo.

Io canto nella tana. E sono un uomo.
I topi non hanno avuto tempo di rosicchiarmi
i topi non possono rosicchiare un uomo
che grida di no ai topi.
Io riempio la mia tana di sole.
(Là fuori i topi hanno rosicchiato il sole).
Riempio la tana di chiar di luna.
(Là fuori i topi hanno rosicchiato il chiar di luna).
Riempio la tana d’amore.
(Là fuori i topi hanno rosicchiato l’amore).

Nella tana che già fu dei topi cantano
gli uomini che non belano. E a quel canto
la tana si riempie di sole.
(Quel po’ di sole che i topi non hanno rosicchiato).

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Katharina Fritsch
Mann und Maus (1991-1992)
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