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A casa gorgoleja...
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La casa gorgoglia...
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A casa gorgoleja, estala, range,
Estuda-me com ruídos estranhos
Que me rondam como animais –
Numa reacção física, regougam, rosnam,
Porque aqui o estranho sou eu,
A minha respiração é uma interferência
Na ordem do som e do espaço.
Na noite seguinte, os ruídos cessaram
Ou tornaram-se uma voz familiar,
Uma presença tutelar,
Como o perfume e a respiração
Do sono ao meu lado.
Agora que não falamos a mesma língua,
Passamos o dia inteiro na penumbra
À procura numa cama de uma raiz comum,
De um sinal de encontro, de reunião;
O amor tem tudo de uma investigação filológica,
Excepto as palavras, que enlouquecem ao segundo dia
Como insectos enclausurados,
Para morrerem ao terceiro.
Estuda-me com ruídos estranhos
Que me rondam como animais –
Numa reacção física, regougam, rosnam,
Porque aqui o estranho sou eu,
A minha respiração é uma interferência
Na ordem do som e do espaço.
Na noite seguinte, os ruídos cessaram
Ou tornaram-se uma voz familiar,
Uma presença tutelar,
Como o perfume e a respiração
Do sono ao meu lado.
Agora que não falamos a mesma língua,
Passamos o dia inteiro na penumbra
À procura numa cama de uma raiz comum,
De um sinal de encontro, de reunião;
O amor tem tudo de uma investigação filológica,
Excepto as palavras, que enlouquecem ao segundo dia
Como insectos enclausurados,
Para morrerem ao terceiro.
La casa gorgoglia, crepita, stride,
Mi studia con rumori strani
Che m’attorniano come animali –
Per reazione fisica, guaiscono, borbottano,
Perché qui l’estraneo sono io,
Il mio respiro è un’interferenza
Nell’ordine del suono e dello spazio.
La notte seguente, sono cessati i rumori
O sono diventati una voce familiare,
Una presenza tutelare,
Come il profumo e il respiro
Del sonno accanto a me.
Adesso che non parliamo la stessa lingua,
Passiamo tutto il giorno nella penombra
Cercando in un letto una radice comune,
Un segnale d’incontro, di riunione;
L’amore ha tutti i tratti di una ricerca filologica,
Salvo le parole, che al secondo giorno impazziscono
Come insetti intrappolati,
Per morire poi al terzo.
Mi studia con rumori strani
Che m’attorniano come animali –
Per reazione fisica, guaiscono, borbottano,
Perché qui l’estraneo sono io,
Il mio respiro è un’interferenza
Nell’ordine del suono e dello spazio.
La notte seguente, sono cessati i rumori
O sono diventati una voce familiare,
Una presenza tutelare,
Come il profumo e il respiro
Del sonno accanto a me.
Adesso che non parliamo la stessa lingua,
Passiamo tutto il giorno nella penombra
Cercando in un letto una radice comune,
Un segnale d’incontro, di riunione;
L’amore ha tutti i tratti di una ricerca filologica,
Salvo le parole, che al secondo giorno impazziscono
Come insetti intrappolati,
Per morire poi al terzo.
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Vilhelm Hammershøi Interno con vaso di fiori (1910-1911) |
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