Infantes da Palestina


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infantes da Palestina
fanciulli di Palestina


silêncio
os infantes da Palestina estão chorando de pé
ante o pelotão de fuzilamento
as oliveiras de milênios entoam orações
os abutres famintos aguardam sua vez
em suas mãos pueris trêmulas suas armas:
uma bola uma boneca um estilingue

silêncio
debruçados sobre o muro da morte
choram e contemplam o Paraíso
o destino é um felino de garras sujas
um velho sol cansado de guerra agoniza
aprisonado no céu como uma bandeira
hasteada sobre o sinistro espetáculo

silêncio
o vento sopra um réquiem lento
(as bolsas de valores operam em alta)
de pé ante o pelotão de fuzilamento
os infantes da Palestina morrerão pelos
meus e pelos teus pecados
as palomas brancas voam inúteis
os abutres vorazes aguardam sua vez
estão de pé os infantes como homens feitos
de pé sobre as ruínas do passado do presente e do futuro
é imensa a fila do antes e do depois
em torno do silêncio as nações, unidas, dançam
cantam num banquete pagão e celebram o holocausto

silêncio
a vida e a história apertarão o gatilho
juntas
sem nenhuma misericódia
……………………………………………
escorrendo grosso e lento nas areias
do tempo, seu sangue mítico
agora irriga as plantas carnívoras do inferno.
silenzio
i fanciulli di Palestina stanno piangendo in piedi
davanti al plotone d’esecuzione
gli olivi millenari intonano orazioni
gli avvoltoi affamati aspettano il loro turno
nelle loro manine puerili tremano le loro armi:
una palla una bambola una fionda

silenzio
affacciati al muro della morte
piangono e contemplano il Paradiso
il destino è un felino dagli artigli infetti
un vecchio sole stanco di guerra agonizza
imprigionato in cielo come una bandiera
issata sopra il sinistro spettacolo

silenzio
il vento spira un requiem lento
(le borse valori si muovono al rialzo)
in piedi davanti al plotone d’esecuzione
i fanciulli di Palestina moriranno per i
miei e per i tuoi peccati
le colombe bianche volano inutilmente
gli avvoltoi voraci aspettano il loro turno
stanno in piedi i fanciulli come uomini fatti
in piedi sopra le rovine del passato del presente e del futuro
è immensa la fila del prima e del dopo
intorno al silenzio le nazioni, unite, danzano
cantano in un banchetto pagano e celebrano l’olocausto

silenzio
la vita e la storia premeranno il grilletto
insieme
senza nessuna misericordia
…………………………………………….
scorrendo denso e lento sulle spiagge
del tempo, il loro sangue mitico
ora irriga le piante carnivore dell’inferno.
________________

Banksy
Bambino e soldato
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