De novo, o Verão...


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De novo, o Verão...
Di nuovo, l’estate...


De novo, o Verão se lançou ao assalto de Agosto,
Trouxe as suas árvores, aves, horas,
Trouxe o seu rito, o seu ritmo
Indolente, a cidade quase não tem pulso,
Quase não tem tensão arterial –
Sossego de não haver vento,
Mas apenas o ar em bloco,
Bloco abafante, enraizado.
É Verão, quase todos deixaram
As suas mãos operárias na cidade
E lançaram-se na conquista
Das coisas conhecidas, mas já esquecidas,
O que é bastante mais difícil
Do que tactear um espaço envolto em desconhecido
São quase todos argonautas do verde e do mar. 
Querem purificar-se no longe,
Despir por um momento a pele
Que recebe fumo, suor, pó, cansaço,
Deixar para trás a insolubilidade das contas,
Que são, afinal, a própria vida.
É Verão e, por ora, a cidade foi domada.

Di nuovo, l’estate s’è lanciata all’assalto d’agosto,
Ha recato i suoi alberi, gli uccelli, i momenti,
Ha recato il suo rito, il suo ritmo
Indolente, la città non ha quasi più polso,
Non ha quasi più pressione arteriosa –
Quiete per l’assenza del vento,
Non c’è altro che aria in un unico blocco,
Un blocco soffocante, tenace.
È estate, quasi tutti hanno lasciato
Le proprie mani operose in città
E si sono lanciati alla conquista
Di cose conosciute, ma già dimenticate,
Il che è molto più difficile
Che tastare uno spazio avvinto nell’ignoto
Sono quasi tutti argonauti del verde e del mare. 
Vogliono purificarsi nella lontananza,
Spogliarsi per un momento della pelle
Che riceve fumo, sudore, polvere, esaurimento,
Lasciarsi alle spalle l’irresolubilità dei conti,
Che sono, in fondo, la vita stessa.
È estate e, per ora, la città è stata domata.

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Giulio Turcato
Paesaggio urbano (1952)
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