O general


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O general
Il generale


("Depois de fortemente bombardeada,
a cidade X foi ocupada pelas nossas tropas.")


O general entrou na cidade
ao som de cornetas e tambores ...

Mas por que não há "vivas"
nem flores?

Onde está a multidão
para o aplaudir, em filas na rua?

E este silêncio
Caiu de alguma cidade da Lua?

Só mortos por toda a parte.

Mortos nas árvores e nas telhas,
nas pedras e nas grades,
nos muros e nos canos ...

Mortos a enfeitarem as varandas
de colchas sangrentas
com franjas de mãos ...

Mortos nas goteiras.
Mortos nas nuvens.
Mortos no Sol.

E prédios cobertos de mortos.
E o céu forrado de pele de mortos.
E o universo todo a desabar cadáveres.

Mortos, mortos, mortos, mortos ...

Eh! levantai-vos das sarjetas
e vinde aplaudir o general
que entrou agora mesmo na cidade,
ao som de tambores e de cornetas!

Levantai-vos!

É preciso continuar a fingir vida,
E, para multidão, para dar palmas,
até os mortos servem,
sem o peso das almas.
("Dopo esser stata fortemente bombardata,
la città di X fu occupata dalle nostre truppe.")


Il generale entrò nella città
al suono delle trombe e dei tamburi...

Ma perché non ci sono "evviva"
né fiori?

Dov’è la moltitudine
ad applaudire, in fila per la via?

E questo silenzio
È piovuto da qualche città della Luna?

Nient’altro che morti dappertutto.

Morti sugli alberi e sui tetti,
tra i sassi e nelle prigioni,
contro i muri e nei condotti...

Morti ad adornare le verande
come coperte insanguinate
con le mani a far da frange...

Morti nelle grondaie.
Morti sulle nuvole.
Morti sul Sole.

E caseggiati coperti di morti.
E il cielo foderato della pelle di morti.
E tutto l’universo a riversare cadaveri.

Morti, morti, morti, morti...

Su! alzatevi dalle fogne
e venite ad applaudire il generale
che proprio adesso è entrato in città,
al suono dei tamburi e delle trombe!

Alzatevi!

Bisogna continuare a fingere la vita,
E, per batter le mani, per fare moltitudine,
servono anche i morti,
senza il peso delle anime.
________________

Enrico Baj
Generale (1979)
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