Tzar


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Tzar
Zar


é colossal a espera por tudo
pelo mar que o poente esconde e desenha
pelos braços mansos do brancor da praia
da espuma
pelo perfume das alfazemas
pelos prados e pelas violetas
pela dama sonhada com suas mãos de lírios
e seus braços de jasmim
perfumados pelo frio da noite escura

é imortal o tzar do tempo
como um samurai escondido no invisível
sobrevoando nossos cadáveres frágeis
vocabulários escorrem de sua boca
em forma de regatos e montanhas
em nossas almas
dói a dor de ser e estar
em nossas almas
nada cala nem acalenta
e depois de tudo
nos acena um estranho nada por detrás das coisas

enquanto isso sente os amanheceres
e o vento
e o ouro que o verão semeia na paisagem
e as palavras de março anunciando folhas verdes
sente a água escura dos rios da floresta
fluindo sobre a areia branca
sente o que há de terno meu irmão

Porque é colossal a espera pelo homem
è colossale l’attesa d’ogni cosa
del mare che il tramonto ricopre e ridisegna
delle morbide braccia del candore della spiaggia
della spuma
della fragranza della lavanda
dei prati e delle violette
della dama sognata con le sue mani di giglio
e con le sue braccia di gelsomino
odorose del freddo della notte buia

è immortale lo zar del tempo
come un samurai celato nell’invisibile
sorvolando i nostri fragili cadaveri
vocabolari stillano dalla sua bocca
simili a ruscelli e montagne
nelle nostre anime
duole il dolore d’essere e di stare
nelle nostre anime
nulla tace né rasserena
e alla fine
ci ammicca uno strano nulla da dietro le cose

e frattanto tu ascolta i mattini nascenti
e il vento
e l’oro che l’estate dissemina sul paesaggio
e le parole di marzo che preannunciano foglie verdi
ascolta l’acqua scura dei fiumi del bosco
che scorre sopra la sabbia bianca
ascolta tutto ciò che vi è di tenero, fratello mio

Perché colossale è l’attesa dell’uomo
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Caspar David Friedrich
La luna sorge sul mare (1821)
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