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Punhal excelente
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Pugnale eccellente
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Já quase não há, o punhal excelente
com que a mim próprio me esventrei algumas vezes para melhor me desentranhar em versos – – esse lícitos salpicos de lama, essas coisas à toa, hossanas, ambições, promessas, juras, astutas ingenuidades: toda essa merda que há dentro do poeta e com que ele gosta de borrifar os outros. Para que não se fiquem a rir. E eis que agoniza: o gume rombo, manchas inamovíveis de ferrugem, incapaz de incisões, definitivamente inoperacional o punhal excelente. Paz ao seu aço. |
Ormai non c’è quasi più, il pugnale eccellente
con cui certe volte ho sventrato me stesso per meglio sviscerarmi in versi – – quei legittimi schizzi di fango, quelle cose a casaccio, osanna, ambizioni, promesse, giuramenti, astute ingenuità: tutta quella merda che c’è dentro il poeta e con cui si compiace di schizzare gli altri. Affinché non si mettano a ridere. Ed ecco che agonizza: la lama spuntata, macchie indelebili di ruggine, incapace d’incidere, definitivamente inefficace il pugnale eccellente. Pace all’acciaio suo. |
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Anna Maria Maiolino Glu Glu Glu (1966) |
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