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Como a voz de um sortilégio...
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Come voce d’un sortilegio...
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Como a voz de um sortilégio, segues estas mãos,
A sua nostalgia de ser dança
Que, sedosamente, se converte em dança
No teu cabelo, nos teus ombros, nos teus lábios.
Só para ti, repara na leveza destas mãos,
Pousam sobre os teus ombros como a lua,
Com o passo da lua, e não sabes bem
O que isso quer dizer,
Mas consegues senti-lo exactamente.
E vê como guiam a luz cega no dia
Iluminando escalas e volumes mais escuros.
Estas mãos tocam-te e delas provém
O que te regenera num sopro,
Como a doçura a alvorecer dentro de um fruto,
Como uma metáfora ingénua
Que sobrevive à inteligência e se consuma,
É então o teu verdadeiro rosto que aceita
Comparecer no espelho e não apenas feições dispersas?
É agora , por arte dessas mãos,
Que a tua existência é mais do que pigarro e prurido,
Mais do que manhãs onde o único sinal de vida,
Vindo de nenhures, é uma sirene de nevoeiro?
E agora admitirás enfim,
Sob o céu aberto e o mar fechado,
Que não estás assim tão pronto para morrer?
Do teu coração, não encontrariam pontas de flecha,
Mas pó de ouro ou luz em pó
E talvez fragmentos de tábuas contendo
Uma misteriosa receita de hidromel – ou sangue.
A sua nostalgia de ser dança
Que, sedosamente, se converte em dança
No teu cabelo, nos teus ombros, nos teus lábios.
Só para ti, repara na leveza destas mãos,
Pousam sobre os teus ombros como a lua,
Com o passo da lua, e não sabes bem
O que isso quer dizer,
Mas consegues senti-lo exactamente.
E vê como guiam a luz cega no dia
Iluminando escalas e volumes mais escuros.
Estas mãos tocam-te e delas provém
O que te regenera num sopro,
Como a doçura a alvorecer dentro de um fruto,
Como uma metáfora ingénua
Que sobrevive à inteligência e se consuma,
É então o teu verdadeiro rosto que aceita
Comparecer no espelho e não apenas feições dispersas?
É agora , por arte dessas mãos,
Que a tua existência é mais do que pigarro e prurido,
Mais do que manhãs onde o único sinal de vida,
Vindo de nenhures, é uma sirene de nevoeiro?
E agora admitirás enfim,
Sob o céu aberto e o mar fechado,
Que não estás assim tão pronto para morrer?
Do teu coração, não encontrariam pontas de flecha,
Mas pó de ouro ou luz em pó
E talvez fragmentos de tábuas contendo
Uma misteriosa receita de hidromel – ou sangue.
Come voce d’un sortilegio, tu segui queste mani,
La loro nostalgia d’essere danza
Che, sericamente, si converte in danza
Sui tuoi capelli, sulle tue spalle, sulle tue labbra.
Osserva la leggerezza di queste mani, solo per te
Si posano sulle tue spalle come la luna,
Col tocco della luna, e tu non sai bene
Che cosa voglia dire,
Ma riesci a sentirlo esattamente.
E guarda come guidano la luce cieca nel giorno
Illuminando proporzioni e volumi più oscuri.
Queste mani ti toccano e da loro proviene
Ciò che ti rigenera in un soffio,
Come la dolcezza che s’irradia dentro un frutto,
Come una metafora ingenua
Che resiste alla razionalità e si completa,
Dunque è il tuo vero sembiante quello che accetta
D’apparire allo specchio e non soltanto forme disperse?
È adesso, in virtù di queste mani,
Che la tua esistenza non è più solo tosse e prurito,
Non è più solo mattine in cui l’unico segnale di vita,
Proveniente dal nulla, è una sirena nella nebbia?
Ed ora finalmente ammetterai,
Sotto il cielo aperto e il mare chiuso,
Di non essere più davvero pronto a morire?
Sul tuo cuore, non troveranno punte di freccia,
Ma polvere d’oro o luce in polvere
E forse frammenti d’una tavoletta contenenti
Una misteriosa ricetta d’idromele – o sangue.
La loro nostalgia d’essere danza
Che, sericamente, si converte in danza
Sui tuoi capelli, sulle tue spalle, sulle tue labbra.
Osserva la leggerezza di queste mani, solo per te
Si posano sulle tue spalle come la luna,
Col tocco della luna, e tu non sai bene
Che cosa voglia dire,
Ma riesci a sentirlo esattamente.
E guarda come guidano la luce cieca nel giorno
Illuminando proporzioni e volumi più oscuri.
Queste mani ti toccano e da loro proviene
Ciò che ti rigenera in un soffio,
Come la dolcezza che s’irradia dentro un frutto,
Come una metafora ingenua
Che resiste alla razionalità e si completa,
Dunque è il tuo vero sembiante quello che accetta
D’apparire allo specchio e non soltanto forme disperse?
È adesso, in virtù di queste mani,
Che la tua esistenza non è più solo tosse e prurito,
Non è più solo mattine in cui l’unico segnale di vita,
Proveniente dal nulla, è una sirena nella nebbia?
Ed ora finalmente ammetterai,
Sotto il cielo aperto e il mare chiuso,
Di non essere più davvero pronto a morire?
Sul tuo cuore, non troveranno punte di freccia,
Ma polvere d’oro o luce in polvere
E forse frammenti d’una tavoletta contenenti
Una misteriosa ricetta d’idromele – o sangue.
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Annibale Carracci Pietà di Napoli (1599) |
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