________________
|
A poesia não vai...
|
La poesia non va...
|
A poesia não vai à missa,
não obedece ao sino da paróquia,
prefere atiçar os seus cães
às pernas de deus e dos cobradores
de impostos.
Língua de fogo do não,
caminho estreito
e surdo da abdicação, a poesia
é uma espécie de animal
no escuro recusando a mão
que o chama.
Animal solitário, às vezes
irónico, às vezes amável,
quase sempre paciente e sem piedade.
A poesia adora
andar descalça nas areias do Verão.
não obedece ao sino da paróquia,
prefere atiçar os seus cães
às pernas de deus e dos cobradores
de impostos.
Língua de fogo do não,
caminho estreito
e surdo da abdicação, a poesia
é uma espécie de animal
no escuro recusando a mão
que o chama.
Animal solitário, às vezes
irónico, às vezes amável,
quase sempre paciente e sem piedade.
A poesia adora
andar descalça nas areias do Verão.
La poesia non va a messa,
non dà retta alle campane della parrocchia,
preferisce aizzare i suoi cani
alle gambe di dio e degli esattori
delle imposte.
Lingua di fuoco del no,
percorso angusto
e sordo del rifiuto, la poesia
è una specie d’animale
che al buio respinge la mano
che lo chiama.
Animale solitario, talvolta
ironico, talvolta affabile,
quasi sempre paziente e spietato.
La poesia adora
andare scalza sulle sabbie dell’estate.
non dà retta alle campane della parrocchia,
preferisce aizzare i suoi cani
alle gambe di dio e degli esattori
delle imposte.
Lingua di fuoco del no,
percorso angusto
e sordo del rifiuto, la poesia
è una specie d’animale
che al buio respinge la mano
che lo chiama.
Animale solitario, talvolta
ironico, talvolta affabile,
quasi sempre paziente e spietato.
La poesia adora
andare scalza sulle sabbie dell’estate.
________________
|
Leonora Carrington La sinfonia (2002) |
Nessun commento:
Posta un commento