Europa - II


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Europa - II
Europa - II


Ó morta civilização!
Teu sangre podre, nunca mais!
Cadáver hirto, ressequido,
á cova, à cova!
 
Teu canto novo, esse sim!
Purificado,
teu nome, Europa,
o mal que foste, redimido,
o bem que deste,
repartido!
 
Aí vai o cadáver enfeitado de discursos,
florindo em chaga, em pus, em nojo..
Cadáver enfeitado de guerras de fronteiras,
ficções para servir o sonho de violência,
máscara de ideal cobrindo velhas raivas...
Vai, cadáver de crimes enfeitado,
que os coveiros, sem descanso,
acham pouca toda a terra,
nenhum sangue já lhes chega!
 
Sobre o cadáver dançam
teus coveiros sua dança.
Corvos de negro augúrio
chupam teu sangue de desgraça.
Haja mais sangue, mais dançam!
E tu levada, tu dançando,
os passos do teu bailado
funerário!
 
Mas do sangue nascerás,
ou nunca mais, Europa do porvir!
 
E a mão que te detenha
à beira do abismo?
Do sangue nascerá!
 
E braços que defendam
teu dia de amanhã?
Do sangue nascerão!
 
O sangue ensinará
— ou nova escravidão
maior há-de enlutar
teus campos semeados
de forcas e tiranos.
 
De sangue banharás
teu corpo atormentado
e, Fénix, viverás!

O morta civiltà!
Il tuo sangue marcio, mai più!
Cadavere rigido, rinsecchito,
alla fossa, alla fossa!
 
Il tuo canto nuovo, quello sì!
Purificato,
il tuo nome, Europa,
il male che sei stata, redento,
il bene che hai donato,
ripartito!
 
Lì vada il cadavere adornato di discorsi,
germogliando in piaga, in pus, in disgusto..
Cadavere adornato di guerre di frontiera,
favole al servizio d’un sogno di violenza,
finzione d’armonia che cela vecchi rancori...
Vai, cadavere adornato di crimini,
che i becchini, senza sosta,
trovino che sia poca tutta la terra,
nessun sangue ormai più basta!
 
Sul tuo cadavere danzano
i tuoi becchini la loro danza.
Corvi di malaugurio
succhiano il tuo sangue di disgrazia.
Più sangue c'è e più si danza!
E tu smaniosa, tu danzando
i passi del tuo ballo
funerario!
 
Ma dal sangue rinascerai,
o mai più, Europa dell’avvenire!
 
E la mano che ti trattenga
sull’orlo dell’abisso?
Dal sangue rinascerà!

E le braccia che difendano
le giornate del tuo domani?
Dal sangue rinasceranno!
 
Il sangue educherà
— o una nuova e più grande
schiavitù s’abbatterà
sui tuoi campi disseminati
di forche e di tiranni.
 
Di sangue inonderai
il tuo corpo tormentato
e, Fenice, tu rivivrai!

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Anonimo del Bestiario di Oxford
La fenice che arde nel suo nido (sec.XIII)
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