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Soneto - A meu Pai doente
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Sonetto - A mio Padre malato
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Para onde fores, Pai, para onde fores,
Irei também, trilhando as mesmas ruas...
Tu, para amenizar as dores tuas,
Eu, para amenizar as minhas dores!
Que coisa triste! O campo tão sem flores,
E eu tão sem crença e as árvores tão nuas
E tu, gemendo, e o horror de nossas duas
Mágoas crescendo e se fazendo horrores!
Magoaram-te, meu Pai?! Que mão sombria,
Indiferente aos mil tormentos teus
De assim magoar-te sem pesar havia?!
- Seria a mão de Deus?! Mas Deus enfim
É bom, é justo, e sendo justo, Deus,
Deus não havia de magoar-te assim!
Irei também, trilhando as mesmas ruas...
Tu, para amenizar as dores tuas,
Eu, para amenizar as minhas dores!
Que coisa triste! O campo tão sem flores,
E eu tão sem crença e as árvores tão nuas
E tu, gemendo, e o horror de nossas duas
Mágoas crescendo e se fazendo horrores!
Magoaram-te, meu Pai?! Que mão sombria,
Indiferente aos mil tormentos teus
De assim magoar-te sem pesar havia?!
- Seria a mão de Deus?! Mas Deus enfim
É bom, é justo, e sendo justo, Deus,
Deus não havia de magoar-te assim!
Ovunque andrai, Padre, ovunque andrai,
Anch’io verrò, lungo le stesse vie...
Tu, per alleviare le sofferenze tue,
Io, per alleviare le afflizioni mie!
Che cosa triste! Il campo è senza fiori,
Ed io senza certezze e gli alberi così nudi
E tu che gemi, e l’orrore dei nostri due
Dolori che van crescendo, diventando orrori!
Padre mio, t’han ferito?! Che mano perversa,
Indifferente ai mille tormenti tuoi
Poté colpirti tanto senza provar rimorso?!
- Forse la mano di Dio?! Ma Dio in fondo
È buono, è giusto, ed essendo giusto, Dio,
Dio non doveva affliggerti a tal punto!
Anch’io verrò, lungo le stesse vie...
Tu, per alleviare le sofferenze tue,
Io, per alleviare le afflizioni mie!
Che cosa triste! Il campo è senza fiori,
Ed io senza certezze e gli alberi così nudi
E tu che gemi, e l’orrore dei nostri due
Dolori che van crescendo, diventando orrori!
Padre mio, t’han ferito?! Che mano perversa,
Indifferente ai mille tormenti tuoi
Poté colpirti tanto senza provar rimorso?!
- Forse la mano di Dio?! Ma Dio in fondo
È buono, è giusto, ed essendo giusto, Dio,
Dio non doveva affliggerti a tal punto!
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Edvard Munch Agonia (1915) |
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