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epopeia
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epopea
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o poema acorda cedo e sai de casa
e vai caminhando junto com o dia nascendo de olhos abertos para o mundo pelas alamedas azuis da manhã pelas avenidas de crepúsculos adormecidos pelos largos nadas por onde já caminha uma multidão vazia – e apressada o poema sai de casa e vai em busca de poesia – ao longe o mar se navega há milhões de anos detém-se numa esquina onde prostitutas defenderam a vida à noite a qualquer preço e onde outros já se drogam à luz do dia lê jornais revistas ventos hemisférios toma água de coco numa banca conversa com A, dá bom dia a B e segue o poema em sua rota indizível em busca de ternura em busca de beleza em busca de poesia para alimentar o mundo |
il poema si sveglia presto ed esce di casa
e s’incammina insieme al giorno nascente con gli occhi aperti al mondo lungo le azzurre allee del mattino lungo i viali dai crepuscoli addormentati per gli ampi nulla ove già cammina una moltitudine vacua – e frettolosa il poema esce di casa e va in cerca di poesia – al largo il mare già è navigato da milioni d’anni s’attarda all’angolo dove prostitute di notte han difeso ad ogni costo la vita e altri già si drogano alla luce del giorno legge giornali riviste venti emisferi beve dell’acqua di cocco a una bancarella discorre con A, dà il buongiorno a B e prosegue il poema sulla sua rotta ineffabile in cerca di tenerezza in cerca di bellezza in cerca di poesia per sostentare il mondo |
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Emiliano di Cavalcanti Paisagem de Subúrbio (1930) |
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